quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Contra a sujeira
dos banheiros, desperte o respeito dos alunos.

Algum tempo atrás, a escola teve um problema sério com a limpeza. Os banheiros, que já foram limpos tornaram-se nojentos. Papel higiênico espalhado por todo lado, tampas dos vasos sanitários quebradas, xixi no chão, torneiras abertas, palavrões escritos nas portas e nos espelhos e outros tipos de sujeiras emporcalhavam os banheiros. O pessoal da limpeza já não sabia mais o que fazer. Como é óbvio, a direção ficou preocupada e começou a procurar uma solução para o problema. Convocou uma reunião geral e alguém propôs uma abordagem diferente: “E se, em vez de punir os alunos que sujavam os banheiros, fizéssemos uma campanha para valorizar os funcionários que os mantém limpos?”. A princípio, isso parecia besteira. Mas a direção resolveu por a ideia em prática. E, acredite ou não, logo os banheiros tornaram-se limpos novamente. Como isso aconteceu?

Comentário

A campanha começou com reuniões da direção com os líderes das classes. Eles foram convidados para cafés da manhã, onde foi possível “tomar o pulso” do grupo durante as conversas descontraídas. Os próprios alunos admitiram que a situação já tinha ultrapassado os limites e reconheceram que existia uma predisposição dos colegas para mudar. Eles só estavam precisando de um empurrãozinho, mas temiam a reação da escola. A oportunidade surgiu com a campanha visual que explorou recursos da comunicação publicitária, com cartazetes espalhados pela escola, ilustrados com exemplos e casos concretos, sempre com a foto de algum funcionário e textos que mostravam que a sujeira sobrava para eles. Com a campanha, os alunos tomaram consciência que eles estavam magoando os funcionários da escola. Com a conversa com os próprios funcionários da limpeza, que foram levados às classes para dialogar com os alunos, eles se colocaram na posição daqueles que são pagos para limpar, mas não para se humilhar. Com a participação dos professores e demais funcionários, todos os alunos concordaram em modificar sua conduta como alavanca para modificar a situação.
Em dois meses de campanha, o clima da escola melhorou expressivamente e os banheiros voltaram ao normal. Por sua vez, os funcionários da limpeza passaram a esforçar-se mais para fazer jus à imagem que era passada deles.
Seguindo este caminho a escola tirou o foco da sujeira, que levaria à punição. Em vez disso, ao personalizar a limpeza através dos funcionários encarregados isso despertou nos alunos o acolhimento, a percepção e a necessidade de respeitar o outro; eles aceitaram a responsabilidade e se sentiram protagonistas.
Aí está um dos maiores desafios da direção de uma escola: antes de agir no problema que está na sua frente, ela tem que ver e refletir sobre o todo. Falar é fácil, mas passar da palavra para a prática é o que faz a diferença.

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