terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Feliz 2020. Tem escolas que já estão trabalhando para isso.

A escola era, até o final do século passado, parecida com todas as outras, preocupada com as questões do dia a dia. Sobrecarga de trabalho, prioridades demais, gente de menos, problemas em profusão, recursos limitados, tempo desperdiçado, criavam uma armadilha que impedia a escola de planejar o longo prazo. Houve então a ameaça do “Bug do Milênio” e, enquanto muitos se deixaram assustar, a escola tomou uma decisão que mudou o seu destino. A escola criou um Comitê do Futuro, voltado para questões do longo prazo em áreas que ela considerava chaves, tais como: tecnologia, recursos humanos, finanças, espaço físico, laboratórios, midiateca, marketing, entre outras. Esse grupo de trabalho era formado pelas cabeças mais abertas da escola, por ex-alunos e por convidados escolhidos pelo talento em prospectar o futuro. Os resultados foram trazidos para o curto prazo e ampliaram os horizontes estratégicos da escola. Conhecendo o dia a dia tão atribulado das escolas, vale a pena perder tempo com isso, ainda mais com tanto problema esperando para ser resolvido para ontem?

Comentário

Poucas escolas hoje têm tempo, disponibilidade ou vontade de prospectar o longo prazo, o cenário dentro do qual estarão atuando dentro dos próximos 10 anos. Poucas delas estão investindo em jogar idéias em cima da mesa que tragam subsídios para questões de caráter puramente estratégico, como, por exemplo: Em que medida as mudanças que virão a ocorrer vão interferir na proposta pedagógica da escola? Poderá a estrutura física da escola comportar um aumento significativo da demanda? Qual será o papel da tecnologia na escola? Como as disciplinas hoje existentes serão afetadas pelas mudanças? Como os professores darão suas aulas? Como as famílias se relacionarão com a escola? Como será a gestão da escola? E assim por diante. Questões como essas que lidam com o futuro aparentemente distante parecem conflitar com as outras atuais, que pressionam fortemente o tempo das escolas. É o clássico conflito entre o curto e o longo prazo. Entre o urgente e o importante. Infelizmente todos estão tão envolvidos com o dia a dia que pensar no futuro é coisa para quem não tem mais o que fazer na vida.
Isso faz lembrar a história de Noé, aquele velhinho que previu uma mudança geral nos rumos do mundo e tratou logo de salvar o que era mais importante, a preservação da humanidade. Noé foi o primeiro a analisar o futuro e tirar uma solução para um problema atual. A moral dessa história bem que poderia ser: quem pensa no futuro acaba encontrando soluções para os problemas do presente.
Aqui vai um breve roteiro para aquelas escolas que não desejam ser atropeladas pelo futuro:
1) crie o seu Comitê do Futuro;
2) reuna-se pelo menos uma vez em cada semestre para analisar novos cenários para o futuro;
3) pense em todas as áreas-chaves de sua escola que poderão ser afetadas;
4) analise todas as pesquisas, estudos, projetos estratégicos elaborados para os próximos dez anos, considerando inclusive a contratação de suas próprias sondagens;
5) traga as questões levantadas para o curto prazo.

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