terça-feira, 15 de junho de 2010

Sete pecados da comunicação nas escolas.

A ilustração ao lado parece refletir à perfeição a reação de alguns pais quando recebem uma comunicação atrasada de uma escola ou redigida em uma linguagem difícil de compreender. Ou ainda por outros deslizes aparentemente inofensivos, como usar logomarcas diferentes, empregar tratamentos desiguais, escrever com letras pequenas demais. O resultado é que os pais percebem, reagem e isso interfere na relação com a escola. “Essa escola não sabe se comunicar”, diz um pai. “Eu não entendi nada”, diz outro pai. “A reunião é muito em cima da hora” lamenta outro pai. Pecados como estes podem e devem ser evitados. Como?

Comentário

Não se pode negar que nas duas últimas décadas, as escolas incorporaram um conjunto de qualidades que incrementaram a comunicação com os seus vários públicos. Mas isso não impediu que alguns pecados resistissem ao tempo e continuassem a comprometer o desempenho e a eficiência da comunicação. Sete deles estão logo abaixo acompanhados de sugestões para cada situação. Se você não se identificar com nenhum deles, ótimo, a comunicação de sua escola está no caminho certo. Caso contrário, aceite as sugestões. Sempre dá para mudar as coisas e ter uma comunicação melhor.
Falta de padronização: vários setores enviam mensagens e, cada um, do seu jeito. A colocação dos elementos na página é diferente e a tipologia não é a mesma, passando para os pais a sensação de que a escola é desorganizada e não tem integração entre os setores.
SUGESTÃO: revise toda a comunicação da escola em termos de conteúdo, forma e frequência, defina as normas para uniformizar a linguagem e partilhe as informações com todos os integrantes da equipe.
Prazos inadequados: as comunicações são enviadas muito em cima da hora e não possibilitam tempo para os pais se organizarem.
SUGESTÃO: defina o tempo próprio para cada comunicação ser enviada aos pais. Por exemplo: duas semanas é o tempo para uma comunicação de reunião ser enviada, três dias para um reforço da comunicação, e assim por diante.
Linguagem hermética: sob o argumento de preservação do rigor da comunicação e evitar mal-entendidos, muitas escolas exageram na escolha das palavras, abusando das explicações que confundem mais do que esclarecem.
SUGESTÃO: selecione dez famílias entre as que você se comunica mais intensamente. Peça a elas que opinem sobre a comunicação da escola. Ouça o que têm a dizer, analise o retorno do entendimento e faça as correções de rota necessárias.
Comunicação sem interesse: quando a escola considera apenas o interesse dela própria e não o dos pais, ela acaba dizendo coisas que não têm nada a ver e enviando mensagens nas quais ninguém está interessado.
SUGESTÃO: antes de enviar uma mensagem impressa, faça o teste: o que vai ser dito aos pais é pertinente? Se a resposta for não, é melhor não dizer nada para não descobrir que está falando sozinha.
Comunicação isolada: uma das coisas mais difíceis na comunicação das escolas é criar o senso de parceria. O mais comum é ver professores e coordenadores que não dão a devida atenção às necessidades da equipe de comunicação, o pessoal da secretaria que retém informações, os porteiros que não são informados, e assim por diante.
SUGESTÃO: a comunicação eficiente é resultado de vários itens. Primeiro, tem que haver colaboração de todos. Depois, os profissionais da escola devem entender que eles formam uma equipe multidisciplinar comprometida com a qualidade da informação. E, por último, o timing: a resposta deve ser ágil e rápida.
Comunicação sem rumo: se a sua equipe não souber qual é a direção para a qual a comunicação da sua escola quer seguir e em que ritmo deve caminhar, no final das contas cada um chegará a um lugar diferente.
SUGESTÃO: a comunicação é muito melhor direcionada quando a escola conta com pessoas que entendam o ambiente de trabalho, conheçam a missão e os valores da escola e, evidentemente, sejam muito hábeis para se relacionar com as redes de relacionamento. E para isso precisa de administração.
Comunicação acomodada: melhor deixar as coisas como estão para ver o que vai dar. Com essa mentalidade acomodada, a escola protela as informações, empurra com a barriga o quanto puder, confiando na solução dada pelo tempo. As explicações sempre surgem fora do tempo e de contexto.
SUGESTÃO: o tempo corre a seu favor quando você não fica aguardando e esperando que outros tomem iniciativa. A ordem natural das coisas é a direção ou a coordenação assumir a responsabilidade e os outros vão atrás. Assim, os retardatários não atrapalham.
Há outros pecados? Certamente, você deve conhecer mais alguns. O importante é não desistir. Com uma porção extra de fé é possível identificá-los e enfrentá-los, para não ficar sempre “correndo atrás do prejuízo”.

2 comentários:

  1. Olá...adorei seu blog!!! Vou inclusive, se vc permitir, com os devidos créditos, alguns de seus textos no meu blog... Parabéns!!!

    www.aprenderecia.blogspot.com

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  2. Patricia Elias, um dos objetivos do meu blog é simplificar a linguagem do marketing para que ele possa ser partilhado com o maior número de pessoas. Por isso, fique à vontade.

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