terça-feira, 25 de maio de 2010

Previsão do tempo na escola:
clima de tempestade.

Nuvens de tempestade estavam surgindo no horizonte da escola. Qualquer coisinha era motivo para discussão. Os funcionários reclamavam que estava cada vez mais difícil controlar os alunos. Os pais diziam que os funcionários eram apáticos, não tinham entusiasmo, paciência e preparo, e que os filhos estavam desmotivados. O sentimento de frustração aumentava, mas a diretoria preferia ficar aguardando para ver se as nuvens se afastavam naturalmente. Os pais perderam a paciência e começaram a criticá-la pela má qualidade do pessoal. O que a escola pode fazer para evitar a tormenta que ameaça o ambiente interno?

Comentário

Quando a qualidade do pessoal da escola não corresponde às expectativas dos clientes, as consequências podem ser graves. No momento que deixa de haver sintonia entre o ambiente interno da escola e a sua linha pedagógica, cria-se uma dissonância. Quando isso ocorre, estimula-se o descrédito. A escola fica vulnerável. Mais cedo ou mais tarde, problemas relativos ao moral da equipe de trabalho vão se transformar em problemas de desempenho da escola. E não é raro que famílias que, até pouco tempo, confiavam na escola deixem de fazê-lo.
Isso coloca a escola diante de alguns desafios:
- como criar o melhor ambiente de trabalho possível?
- como impedir que a motivação desande?
- e, o mais importante, como avaliar o nível de satisfação dos funcionários?
O vínculo estreito entre a satisfação dos funcionários e a satisfação dos clientes das escolas cria uma relação de corresponsabilidade entre eles. Em razão dessa interdependência, a primeira coisa a fazer é medir o grau de satisfação da sua equipe. Ao ouvir atentamente os funcionários, descobrir quais são as suas preocupações diárias e o que eles reivindicam, perguntar o que eles mudariam se pudessem e entender bem os bloqueios que a rede administrativa coloca em seus caminhos, a escola se antecipa aos problemas, em vez de se ver obrigada a reagir a coisas que já estão acontecendo. Antes que o clima vire tempestade na escola é a melhor hora de olhar para dentro e fazer um balanço. O segredo está em criar um momento para refletir sobre fatores motivacionais como segurança, respeito, reconhecimento, transparência, comprometimento, desenvolvimento profissional, remuneração, comunicação, relacionamento, orgulho, liderança, ambiente e moral da equipe.
A questão é: como a escola faz isso na prática?
Existem pesquisas de clima organizacional que usam técnicas de condução especialmente elaboradas para que os próprios envolvidos se expressem sobre sua escola. Elas fornecem, com a maior clareza possível, pistas importantes sobre o que se passa pela cabeça dos funcionários e indicam tendências do que ainda falta ser feito. E, a partir delas, a escola usa suas habilidades, competências e criatividade para, pacientemente, colocar em prática um programa de melhorias e de compromissos capaz de devolver a autoestima, a dedicação e a motivação dos funcionários, deixar para trás tudo aquilo que os limita e colocar a casa em ordem, fazendo com que o clima fique mais leve e todos trabalhem mais confortáveis e felizes. Numa escola, quando os funcionários estão motivados, participam mais do processo de trabalho e compartilham os valores institucionais, eles se sentem mais valorizados e fazem o que a escola gostaria que fizessem, sem que ninguém precise ficar no pé deles para fazer com que as coisas “andem” bem. A partir daí, o céu começa a clarear no horizonte e a melhoria do clima interno e da satisfação dos clientes é apenas uma questão de tempo.

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