terça-feira, 11 de maio de 2010

A influência do “professor” Google na apresentação das escolas.

As escolas estão aprendendo a atender pais que antes mesmo de virem para a entrevista inicial recorrem ao “professor” Google e todos os demais buscadores da internet. E quando fazem isso, eles não só se abastecem de informações, como filtram as escolas e elegem aquela que vale a pena visitar. O que a escola precisa fazer para se adaptar a essa inevitável transformação? Até que ponto o modelo atual de apresentação deve levar em consideração o papel do “professor” Google?

Comentário

Toda escola só tem a ganhar quando atende pais que tiveram o primeiro contato com ela pela internet. Em primeiro lugar, porque já passou pela primeira filtragem e foi uma das escolhidas em meio a tantas opções de escolas. Em segundo lugar, porque os pais já terão, com certeza, algum conhecimento da escola e, sobretudo, se identificaram com a sua proposta. Todos esses aspectos são altamente vantajosos. A única desvantagem é desconhecer os interesses que movem as famílias do outro lado da mesa e, com isso, arriscar-se a usar argumentos errados e falhar totalmente em seus esforços para convencê-las. A partir desta perspectiva, uma maneira eficaz de iniciar a apresentação é mudar o ponto de vista e pedir aos pais que eles justifiquem a escolha da escola, perguntando quais critérios eles tinham em mente quando fizeram a opção. Perguntas como “Qual aspecto da escola chamou mais a sua atenção?” e “Tem algum detalhe que vocês gostariam de esclarecer melhor?” orientam a efetividade da apresentação.
Outra boa maneira de identificar os interesses é lembrar sempre das perguntas subconscientes que costumam ser formuladas por todos os pais, quando estão à procura de uma escola:
1) A escola vai preparar meu filho para toda a vida?
2) A escola vai fazer o meu filho feliz?
3) A escola vai dar segurança para o meu filho?
4) A escola vai tornar as coisas mais fáceis para mim?
5) A escola vai me deixar mais tranquilo no futuro?
Igualmente importante é definir os benefícios concretos da escola. Sim, porque até esse ponto, a apresentação da escola é uma promessa de um determinado desempenho, de um certo comportamento, de uma expectativa de benefícios. Seja qual for a escolha, o fundamental é que estes benefícios sejam tangíveis, límpidos e claros, objetivos e certeiros, que ajudem na decisão dos pais e que a escola tenha sólidas razões para justificá-los.
Também é preciso cuidar para que a apresentação não perca o foco, o que acontece quando a escola não coloca o aluno no centro de suas atenções. Como modelo de aprendizagem, o grande desafio para a escola é destacar na apresentação os princípios que ela ensina e procurar estabelecer uma boa relação entre eles e os valores passados em casa.
Mas é claro que no processo de escolha da escola só a apresentação não basta. Veja, por exemplo, o conflito psicológico angustiante que precisa ser resolvido pela família. A mente fica em um dilema: “matriculo ou não?”, “é a escola ideal para meu filho ou não?”, “esta escola ou outra?”. Tudo bem, mesmo sabendo disso os bons apresentadores conseguem sempre encontrar maneiras de cativar as famílias. Por isso, aproveite bem os minutos preciosos da apresentação e mostre o máximo possível o seu poder de influência. Vale a pena. E neste momento não deixe de agradecer a mãozinha do “professor” Google.

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