terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Como um estudo do meio se transformou
numa aula de decisão estratégica.

No ano passado, a escola quis fazer o melhor estudo do meio de todos os tempos: não nos lugares de sempre, mas em outro que surpreendesse os pais e alunos. A notícia acabou vazando e criando a maior expectativa na escola. A coordenadora responsável pelo estudo do meio estava tão entusiasmada e envolvida emocionalmente com o projeto, que bateu pé em sua sugestão que ela considerava excepcional. Ela argumentava que a imagem da escola poderia ser prejudicada se o estudo do meio não fosse realizado no lugar que ela recomendava e defendia com unhas e dentes. A diretora respirou fundo, olhou para a empolgação da coordenadora e perguntou a si mesma: e agora, como vou decidir?

Comentário

Decisões erradas devido a envolvimento emocional acontecem a todos os níveis. Você deixaria, por exemplo, que um aficionado por computadores tomasse a decisão sobre a política de informática de sua escola? Entusiasmo e envolvimento emocional não são bons conselheiros na hora de tomar uma decisão. A probabilidade de dar certo ou errado fica dividida. Vale a pena correr o risco?
O que fez a diretora? Ficou impassível, escutou com atenção redobrada, considerou todos os pontos positivos e negativos e os riscos. Apesar de respeitar o estilo pessoal da coordenadora, ela procurou ser justa e honesta, designando uma outra colega para visitar o local e verificar se os fatos estavam corretos ou não. A diretora tinha experiência de liderança suficiente para saber que a maioria das decisões erradas são consequência de excesso de entusiasmo e envolvimento emocional.
Felizmente o relatório da outra coordenadora apontou dificuldades incontornáveis de segurança dos alunos que facilitaram a decisão da diretora.
A lição que ficou para todos é que as decisões precisam ser planejadas e baseadas em alguns princípios estratégicos:
1) obtenha todas as informações;
2) examine cuidadosamente as alternativas que poderiam ser tomadas com base nestas informações;
3) analise com profundidade todas as consequências possíveis de cada uma destas alternativas;
4) determine a alternativa mais desejável: aquela que tenha poucos riscos e uma grande probabilidade de sucesso;
5) tome a decisão, com base em todas as informações obtidas.
Não se iluda. Apenas porque você planejou a sua decisão, nem tudo está resolvido. Isto é só parte do processo; será absolutamente necessário fazer com que as pessoas respeitem e executem o que ficou decidido. Mas esta já é outra história.

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